sexta-feira, janeiro 19, 2007


Flumens
O rio crescendo
escorre
dos olhos da moça triste
debruçada na janela
à espera que ali passe
um velho anjo molhado
anjo mais tolo que existe.
O rio desce do céu
em grossas cordas de seda
molha gente
molha bicho
molha a sombria alameda
onde mora a moça bela
que se debruça no vento
encantada com a risada
do anjo de espada em riste
doce anjo tagarela.
Alzira Freire*
*Poetisa penedense; poema incluído no livro inédito De flor e vento plena.

Nenhum comentário: