sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Minha estrela

Nasci pobrezinho, qual ave do bosque;
Eu tenho uma estrela que Deus me guiou,
— Um cetro supremo e sublime da Artista ―
E nem por impérios tal estrela eu dou.

Eu trago na fronte tão loiro diadema,
Mais loiro e mais lindo que a luz das manhãs!
O sol me desperta em meu leito de espinhos,
As flores dos campos são minhas irmãs.

Debalde a riqueza me cobre de insultos,
A inveja tropeça na linha em que vou,
Eu tenho uma estrela radiante de Artista,
É um timbre infinito — foi Deus que timbrou.

Sou órfão de amores, sou pobre de afetos,
— Não tenho carinhos jamais de ninguém —
Eu tenho uma estrela suprema de Artista
E tenho uma glória que muitos não têm.

Sabino Romariz*
*Poeta maior penedense (1873-1913).

2 comentários:

Francisco Araújo Filho disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
W.B.Luz disse...

Sem dúvidas o mais lírico, mais belo e mais universal dos poemas de Sabino
Romariz. Uma jóia da literatura. Salve Sabino!